quarta-feira, 26 de agosto de 2015

ATIVIDADE -1º ANOS - A, B e C - Agosto

OS GRANDES FLUXOS DO COMÉRCIO MUNDIAL E ACONSTRUÇÃO DE UMA MALHA GLOBAL 
O comércio é por definição uma forma de relação humana que implica colocar em contato grupos sociais diferentes. Na origem da história humana, para um grupo A interessava obter de outros grupos aquilo que não conseguia produzir, aquilo que somente outros possuíam. Esse gênero de relação exigia estender relações sobre espaços  mais amplos, obrigava a abertura de caminhos, rotas e a construção de portos, estimulava a criação de novos meios de transporte e de estruturas para os comerciantes. Como se vê, o comércio é uma atividade humana produtora de novos espaços humanos e uma atividade que ensinou os homens a lidar com a distância geográfica.
No mundo contemporâneo, tudo isso se intensificou extraordinariamente. Com os novos meios disponíveis, as atividades comerciais aumentaram o poder de uma das forças propulsoras da “fabricação” de novos espaços e do aperfeiçoamento dos meios de superação da distância entre as realidades geográficas.

Esta Situação de Aprendizagem vai oferecer sugestões para que se compreendam o perfil das relações comerciais atuais e a estrutura geográfica que as mantém e se desenvolve em sua função, que, como já se imagina, é uma das estruturas forjadoras da globalização.

Caracterização do comércio internacional.
A sugestão é óbvia, mas eficiente, e pode se dar em dois planos:
􀁦 Num primeiro momento, elege-se um conjunto de marcas de produtos comerciais (o que inclui produção cultural) que frequentam nosso dia a dia para identificar a origem nacional da marca.
􀁦 No momento seguinte, verifica-se, numa série de produtos (roupas, calçados e eletrônicos, por exemplo), a localidade da fabricação. São duas coisas diferentes: um produto pode ter uma marca de origem estadunidense e ser produzido na China. Uma marca pode ser francesa e seu produto pode ser, ao menos em parte, produzido no Brasil.

O objetivo de fazer essa dupla verificação é dar indícios da complexidade das relações atuais num mundo globalizado, embora uma relação comercial, ao pé da letra, resuma-se à saída do local de produção (ou ponto de venda) até o ponto do consumo. Assim, interessa ressaltar o local da fabricação e o local do consumo. Entre esses dois pontos encontra-se o fluxo que será a chave nessa atividade. Mas é oportuno que o aluno perceba que um produto comercial consumido por nós e produzido na Índia pode ter sido produzido por uma corporação de origem alemã.

Definição:
a) aceleração dos fluxos:
Os fluxos de bens materiais e imateriais (mercadorias, pessoas e informações) no mundo contemporâneo circulam em maior intensidade, com muito mais velocidade, e por isso alcançam distâncias bem maiores – que, na verdade, são “encurtadas”.
Essa situação pode ser designada aceleração dos fluxos.

b) redes técnicas:
Alguns dos serviços modernos nas diversas escalas geográficas da vida (local, regional e mundial) organizam-se em redes técnicas. Uma rede telefônica é um conjunto de linhas e estações de comutação (os pontos) que se distribui no mundo inteiro. Do mesmo modo, uma rede de abastecimento de água em uma cidade, com as áreas de mananciais (estoque de água), as zonas de tratamento, os depósitos regionais (grandes caixas-d’água), que são os pontos, e toda a rede de encanamentos (as linhas) por onde a água é bombeada.


c) redes geográficas:
Apresentam a mesma lógica de uma rede técnica, porém são  espaços que se prestam à vida humana em outra escala. São grupos humanos de moradores, grandes atividades comerciais, grandes corporações transnacionais que constroem seus espaços em rede, percorrendo territórios com os quais estabelecem relações selecionadas, por vezes, negando-os.

d) corporações transnacionais:
São grandes conglomerados econômicos que atuam em escala mundial. No mundo contemporâneo adquiriram uma força descomunal. Sua atuação estrutura-se em modalidades de espaços que são verdadeiras redes geográficas. É razoável
admitir que essas empresas não possuem mais nacionalidade alguma, pois transcenderam os espaços nacionais.

O comércio como acelerador dos fluxos; aceleração dos fluxos intensificando o comércio
O mundo contemporâneo é complexo. Isso não quer dizer complicado, como se pensa normalmente. Complexo significa que cada realidade isolada é sempre produto do conjunto da realidade total, ou das diversas realidades em relação. Complicado? Não, complexo! Vamos ver como isso se coloca com um caso concreto.
Eis uma informação bem significativa: Durante os últimos 50 anos, as exportações mundiais aumentaram em volume nove vezes mais rápido que a produção mundial (cf. DURAND, M.-F. et al., 2006. p. 82). Produz-se mais, mas comercializa-se entre países ainda mais intensamente. Isso significa que, antes, boa parte da produção circulava sobretudo no interior dos próprios países onde era produzida e que, atualmente, muito da produção circula numa escala geográfica mais ampla: o mundo.
E por que isso aconteceu?
A mobilidade humana ampliou-se, não há dúvidas. Na escala mundial, as relações da globalização articulam uma malha de redes geográficas, alimentadas por redes técnicas, que se constituem numa nova configuração geográfica, acelerando impressionantemente os fluxos de bens econômicos e de pessoas. É certo que os bens econômicos (mercadorias, capitais, serviços, informações) circulam com muito mais desenvoltura nessa dimensão global do que os seres humanos, mas também há constrangimentos na circulação dos fluxos econômicos. Aliás, mais do que constrangimentos: há conflitos.
Vale relembrar uma razão: a ordem mundial existente estrutura-se no interior da relação entre os países. No entanto, essas relações são desiguais:
1. alguns países são potências que atuam agressivamente;
2. agora há também corporações privadas bem mais poderosas do que muitos países;
 3. de modo geral, os países fortes e os países fracos nessa ordem só têm uma referência ao relacionar-se, que são seus próprios interesses.
E sem dúvida isso vai significar problemas para a livre circulação dos bens econômicos; aliás, essa livre circulação dos bens econômicos vai significar problemas para cada país.

A regulamentação dos fluxos econômicos mundiais é objeto de muitos debates, pois há muitas críticas sobre a globalização, que liberaria forças que, em tese, causariam prejuízos às economias nacionais. Os Estados nacionais territoriais – inclusive os países mais ricos –,
quando percebem seus interesses nacionais contrariados, clamam por regras. É no interior desse quadro que se vêm estruturando organizações internacionais que procuram regulamentar os fluxos econômicos.
Tendo em vista a ordem mundial constituída pelos países e suas relações, o que pode ser dito sobre as diferentes forças (econômica e política) desses países?
Uma das forças fundamentais da denominada ordem mundial são os Estados-nação, os países. As grandes corporações transnacionais também são forças significativas. Sabemos que os países possuem forças diferentes para atuar no cenário mundial. Os EUA são uma superpotência, alguns países europeus são potências, assim como alguns outros da Ásia. Essas potências diferentes acarretam desigualdades (alguns impõem seus interesses) nas trocas comerciais internacionais e em suas regras. Por isso, não se pode analisar o cenário econômico internacional  como uma rede de relações harmoniosas e equilibradas por definição. Os conflitos são vários.


Qual é a referência fundamental no relacionamento dos países? Há um bem comum como horizonte ou, na verdade, o que conta são os interesses de cada país?
Apesar dos esforços de uma cidadania global (como os encontros de cúpula sobre meio ambiente), no relacionamento entre os países, a referência fundamental que cada governo leva em conta é o seu público interno, seus próprios interesses. O outro governante estará fazendo o mesmo em relação ao seu país. Em outras palavras, cada nação defende seus próprios interesses.

Os fluxos comerciais entre os países ocorrem livremente? Por quê?
Não, os fluxos comerciais entre os países sofrem várias restrições, conforme a situação. Se os governos querem proteger as indústrias de seu país, por exemplo, “impõem taxas” aos bens originados de outros países, o que vai torná-los mais caros. Essas medidas são conhecidas como protecionismo e já geraram enormes conflitos, que chegaram a provocar confrontos bélicos.

A construção do perfil visual/cartográfico dos fluxos do comércio mundial
A imagem dos fluxos comerciais no mundo contemporâneo é forte. Nunca o planeta pareceu
tão pequeno, tal a dimensão dos fluxos e as distâncias que eles percorrem. Longos trajetos, outrora feitos apenas por aventureiros, atualmente são as principais rotas comerciais  do mundo. Rotas oceânicas percorridas por navios que ancoram em portos, abarrotados e congestionados de mercadorias, e rotas aéreas que chegam a pontos antes inalcançáveis resultam da busca desenfreada por novos mercados, por novos consumidores.


a) Tendo em vista a ordem mundial constituída pelos países e suas relações, o que pode ser dito sobre as diferentes forças (econômica e política) desses países?
Uma das forças fundamentais da denominada ordem mundial são os Estados-nação, os países. As grandes corporações transnacionais também são forças significativas. Sabemos que os países possuem forças diferentes para atuar no cenário mundial. Os EUA são uma superpotência, alguns países europeus são potências, assim como alguns outros da Ásia. Essas potências diferentes acarretam desigualdades (alguns impõem seus interesses) nas trocas comerciais internacionais e em suas regras. Por isso, não se pode analisar o cenário econômico internacional como uma rede de relações harmoniosas e equilibradas por definição. Os conflitos são vários.

b) Qual é a referência fundamental no relacionamento dos países? Há um bem comum como horizonte ou, na verdade, o que conta são os interesses de cada país? Apesar dos esforços de uma cidadania global (como os encontros de cúpula sobre meio ambiente), no relacionamento entre os países, a referência fundamental que cada governo leva em conta é o seu público interno, seus próprios interesses. O outro governante estará fazendo o mesmo em relação ao seu país. Em outras palavras, cada nação defende seus próprios interesses.


c) Os fluxos comerciais entre os países ocorrem livremente? Por quê?
Não, os fluxos comerciais entre os países sofrem várias restrições, conforme a situação. Se os governos querem proteger as indústrias de seu país, por exemplo, “impõem taxas” aos bens originados de outros países, o que vai torná-los mais caros. Essas medidas são conhecidas como protecionismo e já geraram enormes conflitos, que chegaram a provocar confrontos bélicos.

d)Você acha que ocorrem conflitos gerados pelos fluxos comerciais entre os países? Em que medida fluxos comerciais de outros países podem ajudar ou prejudicar a economia do Brasil?
Os fluxos comerciais já geraram grandes contendas entre países. Discordâncias relacionadas a preços, concorrência desleal, uso de mão de obra barata são alguns exemplos. Em reação, muitos países adotam medidas protecionistas que, por sua vez, geram novos conflitos. No Brasil, os fluxos comerciais estrangeiros já foram (e são) alvos constantes de discussão. Períodos importantes do século XX foram marcados por uma restrição muito grande aos bens industriais estrangeiros; mais recentemente, as barreiras foram reduzidas. Há muitos que pensam que esse fato prejudica o Brasil. Outros entendem que foi um benefício. É uma discussão complexa.

Banco Mundial
Congrega recursos de várias partes do mundo utilizados para financiar programas de importância social em países com carência de recursos em setores básicos (educação, saúde, promoção social e profissional etc.).

Fundo Monetário Internacional
Procura socorrer crises econômicas, situações de descontrole inflacionário (de desvalorização das moedas) etc. Recomenda, para tais crises, ações governamentais conforme suas orientações.

Organização Mundial do Comércio
Atua para que o fluxo comercial entre os países seja regulado por acordos e regras gerais. Um de seus objetivos é eliminar barreiras alfandegárias impostas isoladamente pelos países, que, sem coordenação nem negociação mais amplas, são geradoras de conflitos. Isso ocorre por meio de rodadas de negociação entre os países-membros.


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