ATIVIDADE -1º ANOS - A, B e C - Agosto
OS GRANDES FLUXOS DO COMÉRCIO MUNDIAL E ACONSTRUÇÃO
DE UMA MALHA GLOBAL
O comércio é por definição
uma forma de relação humana que implica colocar em contato grupos sociais
diferentes. Na origem da história humana, para um grupo A interessava
obter de outros grupos aquilo que não conseguia produzir, aquilo que somente
outros possuíam. Esse gênero de relação exigia estender relações sobre
espaços mais amplos, obrigava a abertura
de caminhos, rotas e a construção de portos, estimulava a criação de novos meios
de transporte e de estruturas para os comerciantes. Como se vê, o comércio é
uma atividade humana produtora de novos espaços humanos e uma atividade que
ensinou os homens a lidar com a distância geográfica.
No mundo contemporâneo, tudo
isso se intensificou extraordinariamente. Com os novos meios disponíveis, as
atividades comerciais aumentaram o poder de uma das forças propulsoras da
“fabricação” de novos espaços e do aperfeiçoamento dos meios de superação da
distância entre as realidades geográficas.
Esta Situação de
Aprendizagem vai oferecer sugestões para que se compreendam o perfil das
relações comerciais atuais e a estrutura geográfica que as mantém e se
desenvolve em sua função, que, como já se imagina, é uma das estruturas
forjadoras da globalização.
Caracterização
do comércio internacional.
A sugestão é óbvia, mas eficiente, e
pode se dar em dois planos:
Num primeiro
momento, elege-se um conjunto de marcas de produtos comerciais (o que inclui
produção cultural) que frequentam nosso dia a dia para identificar a origem
nacional da marca.
No momento
seguinte, verifica-se, numa série de produtos (roupas, calçados e eletrônicos, por
exemplo), a localidade da fabricação. São duas coisas diferentes: um produto
pode ter uma marca de origem estadunidense e ser produzido na China. Uma marca
pode ser francesa e seu produto pode ser, ao menos em parte, produzido no
Brasil.
O objetivo de fazer essa dupla
verificação é dar indícios da complexidade das relações atuais num mundo
globalizado, embora uma relação comercial, ao pé da letra, resuma-se à saída do
local de produção (ou ponto de venda) até o ponto do consumo. Assim, interessa ressaltar
o local da fabricação e o local do consumo. Entre esses dois pontos encontra-se
o fluxo que será a chave nessa atividade. Mas é oportuno que o aluno perceba
que um produto comercial consumido por nós e produzido na Índia pode ter sido
produzido por uma corporação de origem alemã.
Definição:
a) aceleração dos fluxos:
Os fluxos de bens materiais
e imateriais (mercadorias, pessoas e informações) no mundo contemporâneo
circulam em maior intensidade, com muito mais velocidade, e por isso alcançam
distâncias bem maiores – que, na verdade, são “encurtadas”.
Essa situação pode
ser designada aceleração dos fluxos.
b) redes técnicas:
Alguns dos serviços modernos
nas diversas escalas geográficas da vida (local, regional e mundial)
organizam-se em redes técnicas. Uma rede telefônica é um conjunto de linhas e
estações de comutação (os pontos) que se distribui no mundo inteiro. Do mesmo
modo, uma rede de abastecimento de água em uma cidade, com as áreas de
mananciais (estoque de água), as zonas de tratamento, os depósitos regionais
(grandes caixas-d’água), que são os pontos, e toda a rede de encanamentos (as
linhas) por onde a água é bombeada.
c) redes geográficas:
Apresentam a mesma lógica de
uma rede técnica, porém são espaços que
se prestam à vida humana em outra escala. São grupos humanos de moradores,
grandes atividades comerciais, grandes corporações transnacionais que constroem
seus espaços em rede, percorrendo territórios com os quais estabelecem relações
selecionadas, por vezes, negando-os.
d) corporações transnacionais:
São grandes conglomerados
econômicos que atuam em escala mundial. No mundo contemporâneo adquiriram uma
força descomunal. Sua atuação estrutura-se em modalidades de espaços que são
verdadeiras redes geográficas. É razoável
admitir que essas empresas
não possuem mais nacionalidade alguma, pois transcenderam os espaços nacionais.
O comércio como acelerador dos fluxos; aceleração dos
fluxos intensificando o comércio
O
mundo contemporâneo é complexo. Isso não quer dizer complicado, como se pensa
normalmente. Complexo significa que cada realidade isolada é sempre produto do
conjunto da realidade total, ou das diversas realidades em relação. Complicado?
Não, complexo! Vamos ver como isso se coloca com um caso concreto.
Eis
uma informação bem significativa: Durante os últimos 50 anos, as exportações
mundiais aumentaram em volume nove vezes mais rápido que a produção
mundial (cf. DURAND, M.-F. et al., 2006. p. 82). Produz-se mais, mas
comercializa-se entre países ainda mais intensamente. Isso significa que, antes,
boa parte da produção circulava sobretudo no interior dos próprios países onde
era produzida e que, atualmente, muito da produção circula numa escala
geográfica mais ampla: o mundo.
E por que isso
aconteceu?
A mobilidade humana ampliou-se, não há
dúvidas. Na escala mundial, as relações da globalização articulam uma malha de
redes geográficas, alimentadas por redes técnicas, que se constituem numa nova
configuração geográfica, acelerando impressionantemente os fluxos de bens
econômicos e de pessoas. É certo que os bens econômicos (mercadorias, capitais,
serviços, informações) circulam com muito mais desenvoltura nessa dimensão
global do que os seres humanos, mas também há constrangimentos na circulação
dos fluxos econômicos. Aliás, mais do que constrangimentos: há conflitos.
Vale relembrar uma razão: a ordem
mundial existente estrutura-se no interior da relação entre os países. No
entanto, essas relações são desiguais:
1. alguns países são potências que atuam
agressivamente;
2. agora há também corporações privadas
bem mais poderosas do que muitos países;
3. de modo geral, os países fortes e os países
fracos nessa ordem só têm uma referência ao relacionar-se, que são seus
próprios interesses.
E sem dúvida isso vai significar
problemas
para a livre circulação dos bens econômicos; aliás, essa livre circulação
dos bens econômicos vai significar problemas para cada país.
A regulamentação dos fluxos econômicos
mundiais é objeto de muitos debates, pois há muitas críticas sobre a
globalização, que liberaria forças que, em tese, causariam prejuízos às
economias nacionais. Os Estados nacionais territoriais – inclusive os países
mais ricos –,
quando percebem seus interesses
nacionais contrariados, clamam por regras. É no interior desse quadro que se
vêm estruturando organizações internacionais que procuram regulamentar os
fluxos econômicos.
Tendo em vista a ordem mundial
constituída pelos países e suas relações, o que pode ser dito sobre as
diferentes forças (econômica e política) desses países?
Uma das forças fundamentais da
denominada ordem mundial são os Estados-nação, os países. As grandes
corporações transnacionais também são forças significativas. Sabemos que os
países possuem forças diferentes para atuar no cenário mundial. Os EUA são uma
superpotência, alguns países europeus são potências, assim como alguns outros
da Ásia. Essas potências diferentes acarretam desigualdades (alguns impõem seus
interesses) nas trocas comerciais internacionais e em suas regras. Por isso,
não se pode analisar o cenário econômico internacional como uma rede de relações harmoniosas e
equilibradas por definição. Os conflitos são vários.
Qual é a referência fundamental no
relacionamento dos países? Há um bem comum como horizonte ou, na verdade, o que
conta são os interesses de cada país?
Apesar dos esforços de uma cidadania
global (como os encontros de cúpula sobre meio ambiente), no relacionamento
entre os países, a referência fundamental que cada governo leva em conta é o
seu público interno, seus próprios interesses. O outro governante estará
fazendo o mesmo em relação ao seu país. Em outras palavras, cada nação defende
seus próprios interesses.
Os fluxos comerciais entre os países
ocorrem livremente? Por quê?
Não, os fluxos comerciais entre os
países sofrem várias restrições, conforme a situação. Se os governos querem
proteger as indústrias de seu país, por exemplo, “impõem taxas” aos bens
originados de outros países, o que vai torná-los mais caros. Essas medidas são
conhecidas como protecionismo e já geraram enormes conflitos, que chegaram a
provocar confrontos bélicos.
A construção do perfil visual/cartográfico dos fluxos do comércio
mundial
A
imagem dos fluxos comerciais no mundo contemporâneo é forte. Nunca o planeta
pareceu
tão
pequeno, tal a dimensão dos fluxos e as distâncias que eles percorrem. Longos
trajetos, outrora feitos apenas por aventureiros, atualmente são as principais
rotas comerciais do mundo. Rotas
oceânicas percorridas por navios que ancoram em portos, abarrotados e
congestionados de mercadorias, e rotas aéreas que chegam a pontos antes
inalcançáveis resultam da busca desenfreada por novos mercados, por novos
consumidores.
a) Tendo em vista a ordem mundial constituída pelos países e
suas relações, o que pode ser dito sobre as diferentes forças (econômica e
política) desses países?
Uma das forças
fundamentais da denominada ordem mundial são os Estados-nação, os países. As
grandes corporações transnacionais também são forças significativas. Sabemos
que os países possuem forças diferentes para atuar no cenário mundial. Os EUA
são uma superpotência, alguns países europeus são potências, assim como alguns outros
da Ásia. Essas potências diferentes acarretam desigualdades (alguns impõem seus
interesses) nas trocas comerciais internacionais e em suas regras. Por isso, não
se pode analisar o cenário econômico internacional como uma rede de relações
harmoniosas e equilibradas por definição. Os conflitos são vários.
b) Qual é a referência fundamental no relacionamento dos
países? Há um bem comum como horizonte ou, na verdade, o que conta são os interesses
de cada país?
Apesar dos esforços de uma cidadania global (como os encontros de cúpula sobre
meio ambiente), no relacionamento entre os países, a referência fundamental que
cada governo leva em conta é o seu público interno, seus próprios interesses. O
outro governante estará fazendo o mesmo em relação ao seu país. Em outras
palavras, cada nação defende seus próprios interesses.
c) Os fluxos comerciais entre os países ocorrem livremente?
Por quê?
Não, os fluxos
comerciais entre os países sofrem várias restrições, conforme a situação. Se os
governos querem proteger as indústrias de seu país, por exemplo, “impõem taxas”
aos bens originados de outros países, o que vai torná-los mais caros. Essas
medidas são conhecidas como protecionismo e já geraram enormes conflitos, que
chegaram a provocar confrontos bélicos.
d)Você acha que ocorrem conflitos
gerados pelos fluxos comerciais entre os países? Em que medida fluxos
comerciais de outros países podem ajudar ou prejudicar a economia do Brasil?
Os fluxos
comerciais já geraram grandes contendas entre países. Discordâncias
relacionadas a preços, concorrência desleal, uso de mão de obra barata são
alguns exemplos. Em reação, muitos países adotam medidas protecionistas que,
por sua vez, geram novos conflitos. No Brasil, os fluxos comerciais
estrangeiros já foram (e são) alvos constantes de
discussão. Períodos importantes do século XX
foram marcados por uma restrição muito grande aos bens industriais estrangeiros; mais recentemente, as
barreiras foram reduzidas. Há muitos que
pensam que esse fato prejudica o Brasil.
Outros entendem que foi um benefício. É uma
discussão complexa.
Banco Mundial
Congrega
recursos de várias partes do mundo utilizados para financiar programas de
importância social em países com carência de recursos em setores básicos
(educação, saúde, promoção social e profissional etc.).
Fundo Monetário Internacional
Procura
socorrer crises econômicas, situações de descontrole inflacionário (de
desvalorização das moedas) etc. Recomenda, para tais crises, ações
governamentais conforme suas orientações.
Organização Mundial do Comércio
Atua
para que o fluxo comercial entre os países seja regulado por acordos e regras
gerais. Um de seus objetivos é eliminar barreiras alfandegárias impostas
isoladamente pelos países, que, sem coordenação nem negociação mais amplas, são
geradoras de conflitos. Isso ocorre por meio de rodadas de negociação entre os
países-membros.
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