3º ANOS - Bimestre 2º - Contexto e crítica a teoria da expressão "Choque de civilizações"
Contexto de surgimento e o significado da expressão “choque
de civilizações”.
A expressão “choque de
civilizações” adquiriu grande repercussão no contexto de incertezas da Nova
Ordem Mundial, logo após o fim da Guerra Fria (1947-1991), quando o mundo se
deparou com a eclosão de conflitos isolados, motivados por rivalidades étnico- religiosas
e culturais, contidos em sua maioria por regimes totalitários, como na ex-União
Soviética e na antiga Iugoslávia.
Em particular, essa “chave”
de interpretação do novo quadro das relações internacionais emergente da
implosão soviética adquiriu grande notoriedade com a publicação da obra O
choque de civilizações e a recomposição da ordem mundial, do economista
estadunidense Samuel P. Huntington, em 1996.
Defende-se nela que o
futuro da humanidade poderá ser determinado pelo confronto entre diferentes
civilizações, com a adesão a religiões e características culturais comuns.
Duas críticas que são dirigidas à teoria do “choque de civilizações”.
A teoria do “choque
de civilizações” possui limitações quando contraposta à realidade geopolítica
mundial, expressando uma visão reducionista diante das verdadeiras causas de
muitos conflitos em curso.
Como exemplo, de especialistas
que não concordam com a tese de Huntington (Edward Said, Noam Chomsky, John Esposito,
entre outros), pois vinculam os conflitos à imposição de um modelo geopolítico
e econômico controlado pelos países ricos e suas corporações (disputa por
recursos vitais, por exemplo, como o petróleo).
De forma
complementar, com base nos mesmos autores, ainda poderão argumentar como essa
visão de mundo favorece a disseminação de uma imagem deturpada do islamismo,
associando-o, de maneira equivocada e simplista, ao fundamentalismo religioso,
além de desconsiderar as mudanças a que estão expostas as diferentes culturas
diante dos fluxos de
informação e de
pessoas no contexto da globalização.
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